Nos últimos anos, ouvimos muito sobre as crenças limitantes. Falam tanto no tema que as vezes temos a impressão de que é mais um tema de moda e que dentro de pouco passará. Porém, ao aprofundar um pouco mais sobre elas, percebemos que lutar contra elas é fundamental para o nosso desenvolvimento pessoal.
O que são as crenças?
Antes de falar de crenças limitantes, vamos ver o que são as crenças. O Dicionário Michaelis, da Editora Melhoramentos, nos dá 6 definições:
- Ato ou efeito de crer.
- Conjunto de ideias religiosas compartilhadas por muitas pessoas; fé religiosa; convicção, credo.
- Pensamento que se acredita ser verdadeiro ou seguro; certeza, confiança, segurança: Tenho a crença de que esses problemas serão resolvidos em breve.
- Convicção sobre a verdade de alguma afirmação ou sobre a realidade de algum ser, coisa ou fenômeno, especialmente quando não há provas conclusivas ou confirmação racional daquilo em que se acredita: Crença no sobrenatural. Tem uma crença inabalável em cartomantes.
- Conjunto de princípios ou doutrinas religiosas ou místicas que têm valor de verdade para seus seguidores (uso mais comum no plural): Crenças secretas. Crenças cabalísticas.
- O objeto de uma crença: O dinheiro era a sua verdadeira crença. Tinha no avô seu modelo de integridade, sua crença.
Podemos observar um enfoque religioso, porém esse termo não é encontrado somente nas religiões, mas principalmente na relação das pessoas com a realidade, no que eu acho que é verdadeiro, naquilo que eu acredito sem que exista uma “prova científica” que garanta sua autenticidade.
Todas as crenças, sejam elas religiosas ou não, condicionam a forma de ver e entender a realidade.
As crenças limitantes irão “limitar” quem sou, à percepção que eu tenho de mim mesmo. Isso é, não vejo quem eu realmente sou, senão uma imagem de alguém que eu acho que sou, porém que está formada por uma interpretação tendenciosa da minha própria realidade. É como se eu olhasse através dos óculos que as crenças limitantes. E elas não modificam só minha percepção da minha realidade pessoal, mas também nossa maneira de ver e entender a realidade externa.
Nossa psicologia é um mundo muito complexo. E essas crenças limitantes atacam diretamente nosso psicológico, limitando nosso desenvolvimento.
Não adianta que alguém trate de me animar e dizer que eu posso fazer uma ou outra coisa; pois se tenho uma crença limitante, realmente acreditarei que NÃO sou capaz.
Como adquiro uma crença limitante.
Alguns especialistas dizem que elas são formadas na nossa infância, a partir da educação de nossos pais e do nosso entorno. O certo é que também posso adquirir essas crenças através do hábito de pensar sempre a mesma coisa, de fazer o mesmo sempre.
Por exemplo: Se fui a 5 entrevistas de trabalho e não me contrataram, pode ser que eu comece a pensar que nunca mais vou conseguir um emprego, ou que sou um fracassado, etc. E essa crença poderá limitar minha visão da realidade na próxima entrevista. Quantas pessoas conhecemos que vão para uma entrevista já desanimadas porque acham que é perda de tempo?
Isso acontece porque nosso cérebro buscará, mesmo de modo inconsciente, nossa sobrevivência (e não nosso sucesso). Os estudos atuais, da neurociência, dizem que mais de 90% das nossas ações são inconscientes.
Quando uma crença começa a fazer parte das nossas vidas, adquire uma função muito positiva. Só começamos a crer em algo pois achamos que é o melhor para nós, ainda que deixe de ser no futuro, ou perca seu sentido.
Qual é o problema dessas crenças limitantes?
As crenças limitantes serão como uma cadeia. Elas nos deixarão presos em uma visão que não representa quem somos na realidade. Além de ser muito perigosa, pois não permite que avancemos, como se fôssemos um carrão, o mais moderno de todos, o mais rápido, porém dirigido com o freio de mão sempre puxado.
Como mudar as crenças limitantes?
Se ela já não é útil para nós, se não ter funcionalidade, é momento de eliminá-las. E essa mudança tem que ser de dentro pra fora.
Temos que mudar o modo como vemos e entendemos nossas vidas.
Existem crenças limitantes que estão tão enraizadas nas nossas vidas que necessitaremos um profissional da saúde (psicólogo ou psiquiatra) para poder mudar. Nesses casos, tentar trabalhar sozinho as crenças, só servirá para complicar mais nossa situação e fazer que elas pareçam cada vez mais fortes.
Porém existem outras crenças limitantes que poderão ir sendo eliminadas das nossas vidas com um trabalho pessoal constante e focado no resultado. A ajuda de um coach pode ser útil nesses casos.
Algumas perguntas para trabalhar nesse tema podem ser:
- Qual é a crença limitante que está me impedindo avançar? Tenho que entender minha situação.
- Qual é o resultado dessa crença? Estou tendo algum benefício com ela? Quais são as coisas que essa crença está me impedindo realizar.
- Qual é a raiz dessa crença limitante? Qual é a origem dela?
- Quais são as crenças ou pensamentos que eu deveria ter para substituir as crenças limitantes?
- Quais meios concretos (mensuráveis) devo colocar para substituir a crença limitante por uma nova crença libertadora.
É muito interessante fazer essas perguntas e ir escrevendo as respostas. Escrever nos ajuda a aprofundar mais no tema.
Parece até fácil, né? Mas a realidade é que não é nada fácil. E isso é assim porque nos exige mudar hábitos e crenças que, em alguns casos, estão bem enraizadas na minha vida há muito tempo. Porém não é impossível.
Os meios concretos para mudar a crença devem tornar-se hábito.
Alguns especialistas dizem que posso modificar meus hábitos se trabalho neles entre 41 e 66 dias.
Não é pouco, porém vale a pena mudar nossas crenças limitantes, principalmente aquelas que estão impedindo minha realização HOJE.
(Artigo publicado no dia 07 de novembro de 2019 no meu LinkedIn)